terça-feira, 24 de novembro de 2009

A culpa dos que toleram a apostasia


Por: Antonio Fernandes


Diz o dito que "porteira que passa um boi passa uma boiada". É a mais pura verdade em se tratando da igreja evangélica brasileira, versão piorada de sua mentora made in USA. Em nome das experiências sobrenaturais e de uma pretensa modernidade, escancararam-se as porteiras das heresias e a sã doutrina neotestamentária foi impiedosamente pisoteada pela turba gospel.



Nas três últimas décadas só o que os crentes bíblicos fizeram foi tolerar, relevar, fazer vistas grossas aos inúmeros modismos, aos ventos de doutrina extra-bíblica que chegaram como brisa e hoje fustigam a igreja como o impetuoso Sirocco, aquele vento quente que sopra areia do Saara nos olhos azuis da elegante e frívola Riviera. Assim, fomos cedendo aos caprichos de líderes megalômanos, Ataturks e Stalins do neo-evangelho promotores do culto à personalidade; intrépidos diante de um Deus que é puro fogo consumidor, não pouparam esforços em dar ao povo a igreja que o povo queria, fazendo-o prostrar-se diante de Mamom. De nada valeram as advertências do Senhor Jesus.



Fomos aceitando, engolindo a seco sapinhos e sapões e em nome do amor e da unidade evangélica trancafiamos a sã doutrina reformada no armário da indiferença. Constrangidos, dizíamos que tínhamos inimigos maiores para combater e que aquilo tratava-se de meras e passageiras traquinagens. Víamos inimigos em todos os lugares, na mídia (leia-se rede Globo), catolicismo romano, espiritismo, umbandistas, TJ's, adventistas, mórmons, esotéricos, santos Daimes e catimbós Juremas... menos onde jamais imaginaríamos que ele também pudesse estar, na igreja.



Exatamente como a Roma imperial, as fronteiras da igreja foram perigosamente dilatadas, ao ponto de não conseguirmos mais conter a invasão bárbara do neo-evangelho da prosperidade. Postados na porta da frente esperamos vigilantes o inimigo e ele entrou pelos fundos, pulando o muro da vergonha como fazem os adúlteros, escondendo a sua ereção e reais intenções atrás da falsa capa da espiritualidade à flor da pele.



Tem sido desalentador constatar que o sólido edifício espiritual dos primeiros séculos virou um claudicante barraco sustentado por ripas podres de heresias. Diante da derradeira tragédia só nos resta empunharmos nossas Bíblias e proclamarmos as verdades inegociáveis do Evangelho de Jesus Cristo e da fé reformada. A imoralidade e indecência chegou a um nível tal que nem precisaremos andar pelados e descalços como o profeta Isaias, para expor o quão nua está a igreja evangélica nacional diante de Deus e dos homens. O incêndio pode estar fora de controle mas peguemos no balde e façamos nossa parte, e se conseguirmos tirar alguns do caminho do engano já teremos ganho o dia.



Que o benigno Deus nos sustente nestes dias de profundo desencanto, que precedem a gloriosa volta do Seu Amado Filho Jesus Cristo, Senhor e Salvador nosso.





Autor: Antônio Fernandes - é design gráfico, membro do movimento dos irmãos de Sorocaba-SP

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